Em dezembro de 2017, fomos surpreendidos com a notícia de que a Polícia Federal realizava uma operação ostensiva na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e, sem qualquer intimação prévia, conduziu, de forma coercitiva, o então reitor Professor Jayme Ramirez; a vice-reitora, Sandra Goulart; o ex-reitor, Professor Clélio Campolina; a ex-vice-reitora, Heloisa Starling; além de outros servidores docentes e tecnico-administrativos.
A operação, denominada de “Esperança Equilibrista” como uma alusão à composição “O Bêbado e o Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc, foi justificada com o objetivo de investigar supostas irregularidades e desvios de recursos públicos para a construção do Memorial da Anistia Política do Brasil.
Na época, repudiamos o completo desrespeito aos direitos democráticos de todos os envolvidos e o grande espetáculo midiático formado para criminalizar a universidade pública. Agora, após quase três anos de acusações, conduções coercitivas e mandados de buscas e apreensões, o inquérito foi arquivado pela Procuradoria da República de Minas.
O inquérito foi arquivado por não demonstrar “efetivo desvio, nem que algum dos responsáveis pela gestão do projeto na UFMG tivesse atuado deliberadamente para dilapidar os cofres públicos.” Mas, infelizmente, o desfecho deste caso, assim como o que culminou no suicídio do ex-reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier, não terá tanta repercussão por aqueles que querem criminalizar e destruir as Universidades Públicas, bem como os servidores que trabalham por sua grandeza.