As centrais sindicais brasileiras emitiram nesta quarta-feira, 8 de janeiro de 2025, uma nota conjunta destacando a importância da defesa intransigente da democracia e do fortalecimento de suas instituições. Entre os principais pontos, as entidades reforçam a necessidade de punição para os participantes dos ataques golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
O documento, assinado por diversas centrais, incluindo a Pública Central do Servidor, da qual o ATENS Sindicato Nacional é filiado, ressalta que “a democracia não deve ser relativizada em falsas interpretações” e que somente em um regime democrático é possível avançar na valorização do trabalho e nas conquistas sociais.
Além de condenar os atos antidemocráticos, a nota aponta para a relevância de fortalecer partidos políticos, movimentos sociais e organizações de trabalhadores. Segundo o texto, “defender a democracia é uma causa de todo o povo brasileiro” e passa por um compromisso coletivo de cultivo e aprimoramento constante desse sistema.
As centrais também resgatam a memória da transição democrática de 1985, quando a eleição de Tancredo Neves marcou o fim da ditadura militar e inaugurou um novo período para o Brasil. Apesar dos avanços nas últimas décadas, os reflexos do autoritarismo recente, materializado no bolsonarismo, demandam vigilância e ação para preservar as liberdades conquistadas.
O ATENS SN reafirma sua posição em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores e do fortalecimento das instituições republicanas. Apoiamos a iniciativa das centrais e reforçamos o chamado para que toda a sociedade brasileira se una em torno dessa causa essencial.
“Sem anistia aos golpistas! Não passarão!” Viva a democracia e a luta dos trabalhadores!
Nota completa das centrais sindicais
Em nota, centrais defendem punição a participantes do 8/1
Sindicatos afirmam que democracia passa por fortalecimento de partidos, movimento social e organizações de trabalhadores
Em nota divulgada nesta quarta-feira (8), centrais sindicais defendem que a democracia não deve ser relativizada em falsas interpretações e que os participantes dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 sejam punidos.
A nota é assinada por CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), Intersindical e Pública.
Defender a democracia é uma causa de todo o povo brasileiro
Há quarenta anos, a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral, em janeiro de 1985, inaugurava um novo período para o Brasil e seu povo trabalhador: a redemocratização. Embora eleito por via indireta, Tancredo foi o primeiro presidente civil após o golpe de 1964. Sua eleição marcou o fim da ditadura militar brasileira.
Hoje, 8 de janeiro de 2025, resgatar esta memória reforça nossa consciência sobre o valor de vivermos em um país onde a população é livre para se organizar, para se expressar, para reivindicar mais direitos e melhores condições de vida.
Vivemos, desde 1985, o maior período de democracia, com as instituições funcionando e os movimentos sindical e popular podendo atuar com liberdade.
Entretanto, insistentes reflexos de um passado recente, o bolsonarismo saudoso da ditadura militar, nos alertam para o fato de que a democracia é um sistema em permanente construção, que deve ser cultivado e aprimorado sempre.
Os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, partiram de grupos que não aceitaram a eleição de um governo pela maioria dos brasileiros através do voto, esse direito tão duramente conquistado. Eles almejavam impor, de forma autoritária e violenta, uma ordem paralela. Como descobrimos recentemente, estavam articulados com uma grande conspiração cujo objetivo era repetir o abominável golpe de 1º de abril de 1964.
As instituições democráticas falaram mais alto e, naquele momento, agiram para debelar a usurpação de poder que assombrava a capital federal.
Todos nós devemos nos envolver nesta causa que é a defesa da democracia, sem relativizá-la em falsas interpretações. É preciso fortalecer os partidos políticos, o movimento social, as organizações de trabalhadores e as instituições que organizam nosso país. Mesmo com todos os desafios que ela apresenta, só em uma democracia podemos lutar e conquistar juntos a valorização do trabalho e o avanço social e humano.
Sem anistia aos golpistas! Não passarão!
Viva os trabalhadores e as trabalhadoras! Viva a democracia!
São Paulo, 8 de janeiro de 2025
- Sérgio Nobre, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
- Miguel Torres, presidente da Força Sindical
- Ricardo Patah, presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
- Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
- Moacyr Tesch Auersvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
- Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
- Nilza Pereira, secretária-geral da Intersindical
- José Gozze, presidente da Pública