Apesar de estar sendo divulgada como uma proposta que acaba com os privilégios do setor público, a Reforma Administrativa (PEC 32/2020), encaminhada pelo governo ao Congresso Nacional no dia 3 de setembro de 2020, não inclui a regulamentação do teto constitucional, o que poderia acabar com os chamados “super salários” no setor público brasileiro.
Um estudo publicado pela Afipea, em dezembro de 2020, afirma o contrário: a Reforma Administrativa preserva as carreiras de maior remuneração e ameaça aquelas mais diretamente ligadas à prestação de serviços, como professores de ensino básico e médio, enfermeiros, médicos e demais profissionais da rede pública de saúde, assistentes sociais, bombeiros, policiais civis e militares, guardas municipais, entre outras.
Para o autor do estudo, o pesquisador Wellington Nunes, doutor em sociologia pela Universidade Federal do Paraná, se o objetivo for de fato enfrentar as distorções salariais no setor público, o trabalho deveria começar fundamentalmente por procuradores, desembargadores, juízes, dirigentes do serviço público federal, deputados, senadores, diplomatas, ministros e secretários de ministérios, pois várias dessas categorias não estão incluídas no projeto enviado ao Congresso Nacional.